domingo, 28 de agosto de 2011

O "não" faz parte da vida

Para muita gente o título deste texto pode parecer óbvio, mas para outras tantas pessoas deve parecer algo absurdo. Certamente algumas pessoas sentir-se-ão muito incomodadas com o que vou falar. Mas se incomodar é sinal que a carapuça serviu. Pense a respeito e reavalie sua forma de agir.
O tema é abrangente e certamente não se esgotará neste texto mas cabe a reflexão e os leitores podem opinar para enriquecer o conteúdo através dos comentários onde podemos continuar falando a respeito.

O "não" em casa - Pais 100% permissivos

Este "não" parece andar em extinção. Pais não dão limites aos filhos, não os ensinam que a vida é feita de responsabilidades e cada pessoa é responsável por seus próprios pensamentos, palavras e atos e criam pequenos monstrinhos que dão birra no meio do supermercado porque querem alguma coisa. E fazem tanto escândalo até os pais darem o que eles querem. E lá se vai mais uma chance do "não" entrar na vida daquela criança.
Aí o filho tira nota ruim na escola e os pais vão brigar com os professores. Porque não assumir pra si a responsabilidade de ajudar o filho com as tarefas escolares ou pagar um professor particular para aulas de reforço nas matérias que seu filho tem dificuldade? Talvez as notas ruins sejam fruto da preguiça do seu filho em estudar. Aí vale sentar e conversar a respeito. E se os pais não são exemplo, se pararam de estudar na 2a série e nunca mais voltaram ou se mostram que vêem o estudo como algo inútil e sem valor, que motivo os filhos teriam para ter interesse em estudar e ter boas notas?
O fato é que embora existam professores péssimos, geralmente a responsabilidade pelas baixas notas de alguém é do próprio aluno. Se ele tivesse interesse em aprender, daria um jeito, pediria ajuda aos colegas, aos pais (se tiver abertura para isso), estudaria sozinho. E aprenderia, mesmo tendo um professor ruim. A falta do "não" nesses casos, leva a agressões verbais e físicas aos professores que muitas vezes não têm nada com isso. Se toda uma turma tira notas ruins numa matéria, a culpa é, sim, do professor. Se apenas seu filhinho e talvez 2 ou 3 outros tiram notas ruins, a culpa é deles e talvez, em parte, dos pais desses alunos também.
Quando pais não dão limites, os filhos acham que podem tudo e que ninguém pode lhes dizer não. Eles sentem-se livres para fazer de tudo e não aceitam ser confrontados. Quando adultos somos capazes de distinguir o que é certo do que é errado e independente da forma como fomos educados é possível mudar isso. Mas isso não tira a responsabilidade dos pais em criar essas aberrações sociais.

O "não" em casa - Quando os pais limitam demais

Na novela "Fina Estampa" há um caso típico desta situação e que ainda ocorre na vida real. A adolescente, filha da personagem da Dira Paes, tem um pai machista que não deixa nem a esposa nem a filha fazerem nada, bate em ambas se elas o desobedecem. Provavelmente ele, o pai, foi educado em moldes machistas em que o homem pode tudo e a mulher não pode nada. Só que estamos no século XXI e as coisas não são mais assim. Mas voltando à filha: Ela não pode nada, daí a solução para ter uma vida normal é fazer as coisas escondido, como quando ela foi ao desfile de moda sem pedir ao pai (pois certamente ele não deixaria).
O problema aqui é similar ao da falta de limites. Os limites em excesso são fruto da falta de diálogo saudável em casa e dão margem para que os filhos façam um monte de besteiras, assim como os filhos sem limites fazem. Em ambos os casos falta um senso de certo e errado. No caso dos limites demais porque tudo que o filho faz é visto como errado pelos pais. No caso da falta de limites, porque tudo parece certo.

O "não" nos relacionamentos

Principalmente entre homens é comum ver pessoas que acham um absurdo levar um não de alguém que não tem interesse neles. É como se a pessoa fosse obrigada a aceitar sair com ele simplesmente por ele ser homem. Já aconteceu comigo (várias vezes) de algum sujeito que nunca falou comigo na vida entrar em contato comigo pelas redes sociais e de cara querer sair. Ontem mesmo um desses sem noção que nunca falou comigo antes disse oi e logo em seguida perguntou "quando vc vai sair comigo?" numa rede social da qual faço parte. Oi! Acorda! Vida real chamando! Quando falei que nem o conhecia e falei para ele ler meu perfil ele ficou bravinho e veio despejando grosserias. E não foi o primeiro a reagir assim. Certamente outras mulheres também já passaram por isso. Ou ainda por situações de estar na balada e o sujeito achar que você tem de ficar com ele, só porque ele quer. Se as mulheres aceitam ser tratadas como objeto acabam alimentando a grosseria e falta de noção de homens assim.
Estamos em pleno século XXI e ainda tem gente que cresce com essa mentalidade machista do início do século XX. E falo tanto dos homens que acham que mulheres têm como única função na vida agradá-los como de mulheres que acham que sua única função na vida é conquistar um homem a qualquer custo e mantê-lo do lado.

O "não" no trabalho

Aqui entra uma série de possibilidades. Um exemplo clássico é o profissional acomodado que acha que merece uma promoção simplesmente porque trabalha na empresa há muitos anos e sente-se incomodado se um colega com menos tempo de casa ou até um profissional de fora é contratado para o cargo que ele almejava. A tendência do acomodado acaba sendo de fazer corpo mole e/ou sentir-se injustiçado pela empresa.
Embora vivamos no "país do jeitinho", onde muita gente opta pelos caminhos mais "fáceis" e corruptos, muita gente e muitas empresas ainda trabalham com base no mérito e colocam em cargos de liderança pessoas empreendedoras, que constantemente buscam aprimoramento, que têm ambição, mas uma ambição saudável, não aquela do bajulador que lambe os pés do chefe ou vende a mãe pra tentar continuar na empresa.

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O que há de comum em tudo isso? Em todos os casos acima o "não" dos pais é o começo de tudo. E a falta ou excesso de "não" na infância acaba afetando a vida de terceiros. E certamente afeta diretamente a vida de quem recebeu "nãos" demais ou de menos.
Enquanto pais apenas repassarem o que lhes foi passado por seus pais e avós, sem refletir a respeito, sem pensar nas conseqüências, ou se tentarem simplesmente ir no caminho inverso, as coisas não vão funcionar. Pais responsáveis estão atentos ao que ocorre na sociedade e pensam nas conseqüências da educação que dão aos filhos. E definitivamente, ser pai ou mãe não é apenas botar filho no mundo mas sim educar esses filhos com responsabilidade, assumir a responsabilidade por quem esse filho é e será. E dar bons exemplos.
Antes de querer ser pai ou mãe cada um deve refletir se está pronto para esta responsabilidade. Pois ninguém é obrigado a botar filho no mundo. E botar filho no mundo sem pensar nessas responsabilidades é egoísmo. Por essas e outras sou a favor da legalização do aborto embora seja contra o uso do aborto como método anticoncepcional para quem engravida porque não usou camisinha, pílula ou outro método para evitar uma possível gravidez.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quem vai amarrar o gato?

Um antigo mosteiro chinês, no alto da montanha de Song Chan, era o centro de uma paz absoluta, e monges de toda a china procuravam aquele monastério tão tradicional e reservado. Todos os dias o monge ia para o templo para a primeira meditação matinal. Este momento era sagrado para os monges, e o silêncio deveria sempre ser respeitado. Um dia um gato entrou no templo e passeou por todo o espaço enquanto o monge tentava fazer suas orações. Sua concentração diminuiu. Ele tentava concentrar-se nas orações mas o gato atraía sua atenção, pedindo carinho.

Sob a ótica de conduta dos monges, eles deveriam ser piedosos com o animal, e nunca enxotariam o gato do mosteiro ou lhe fariam algum mal, durante alguns dias o monge tentou deixar o gato livre, mas ele estava mesmo muito atrapalhado e perdia a concentração na hora de fazer as orações. Então resolveu tomar uma providência. Amarrava o gato durante os períodos de meditação e o soltava logo após a prática matinal.

Este procedimento foi feito durante muito tempo, resolvendo o problema de falta de concentração durante as meditações. Outros monges viam aquilo e repetiam a ação, amarrando o gato durante as orações. Os anos se passaram, o monge mestre morreu, e mesmo assim continuavam a amarrar o gato diariamente durante os momentos de meditação matinal, mais alguns anos se passaram e o gato morreu, e os monges preocupados, resolveram encontrar outro gato para colocar no lugar do antigo, e o novo gato continuou sendo amarrado diariamente.

As décadas se passaram, e novas gerações de monges e mestres mantiveram o hábito diário de amarrar o gato, que acabou se tornando um importante ritual naquele famoso e respeitado templo, e a esta altura, ninguém mais sabia o porquê de amarrar o gato, mas justamente por isso, aquele ritual se tornou muito importante, sendo uma característica famosa daquele monastério.

Monges veteranos cobiçavam a importante função de amarrador de gatos, manuais foram criados com as normas e procedimentos de todo o processo para amarrar o gato, ensinando como pegar o gato, que tipo de corda e mordaça utilizar, quantas voltas com a corda deveriam ser dadas, que tipo de nó poderia ser feito, enfim, uma verdadeira enciclopédia do ritual de como amarrar e amordaçar o gato.

O tempo passou, e vários grupos de estudiosos começaram a dedicar suas vidas a estudar os manuais e a origem do ritual sagrado de amarrar o gato. Estes grupos se dividiram, e começaram a divergir sobre várias questões, várias interpretações surgiram, e correntes de seguidores começaram a defender teorias diversas sobre o ritual sagrado, estas divergências geraram conflitos internos, e as origens e processos do ritual passaram a ser o ponto de discórdia entre os dois grupos formados.

Um dos pontos principais de divergência era que, um dos grupos acreditava que somente gatos brancos poderiam ser amarrados, pois o branco simbolizava a pureza da alma e a evolução espiritual, o outro já defendia que qualquer gato poderia ser amarrado e que isto não fazia diferença nenhuma e resolveu ir embora do famoso monastério para fundar uma nova ordem, que daria continuidade ao ritual da forma que achavam correta, sendo assim, estes dois grupos passaram a divergir constantemente e não mantiveram mais contato, pois o primeiro era acusado de ser radical e o segundo de ser extremamente liberal.

Após a separação, novas correntes começaram a se formar, e um terceiro grupo começou a surgir, divulgando uma teoria que unia as duas linhas divergentes, eliminando seus defeitos e absorvendo suas qualidades.

O antigo monastério da montanha de Song Chan foi aos poucos se dividindo, e hoje nenhuma das linhagens existe mais, e o ritual de amarrar o gato caiu no esquecimento.

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Este conto é muito interessante para evidenciar o que acontece em muitas empresas e instituições, é muito comum ver pessoas que cumprem normas e procedimentos totalmente sem sentido e sem fundamentos, que simplesmente são feitos porque alguém que já os fazia antes, e terminam sendo os fatores geradores da estagnação. Estagnação das organizações e também das pessoas que vivem aceitando tudo, dizendo "amém" pra tudo, sem questionar.



Vanessa Versiani
http://www.diferencie-se.com.br

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Vera Arruda - Fonoaudiologia e Atendimento Domiciliar

 Home Care - "cuidados no lar".

É uma modalidade de atendimento de saúde domiciliar destinada ao paciente clinicamente estável, que não mais necessita dos inúmeros serviços oferecidos por um hospital, para que este possa ser tratado em sua casa com a privacidade e o carinho de seus familiares.

Quando um membro da família fica doente, a ponto de ficar dependente de cuidados e apoio de terceiros, independente de seu quadro patológico, uma das partes mais graves na realidade do lar é a adaptação da família e do próprio paciente em estabelecer a situação de dependência e a interrupção "parcial" ou completa de suas atividades anteriores.
Por mais que a família diga não se importar em cuidar daquele tão amado parente, o paciente continua a se sentir um peso.
E por mais que a família não reclame, muitas vezes é visível seu estado
de esgotamento físico e / ou mental.

O fonoaudiólogo que realiza o atendimento home care, visa tratar os pacientes com limitações funcionais importantes, buscando manter o seu estado de saúde e/ou minimizar os efeitos causados pela doença, contribuindo dessa forma, para a melhora da sua qualidade de vida e de seus familiares.
Sem dúvida o ambiente familiar reúne as condições físicas, afetivas e sociais que são de extrema importância para a recuperação do paciente.
Os cuidados no domicílio têm como principal característica a humanização do atendimento ao paciente.
O atendimento é personalizado atendendo as necessidades do paciente incluindo também o papel de orientação aos demais membros e cuidadores quanto à dinâmica do processo fonoaudiologico na vida do paciente.

Objetivo: Diminuir risco de internações ou reinternações hospitalares, evitando assim exposição aos riscos do ambiente hospitalar como infecção, depressão etc.

Pacientes que podem receber tratamento em casa:

 Infantil, adulto e idoso:
-Pacientes acamados e/ou debilitados;
-Pacientes sindrômicos;
-Portadores de paralisia cerebral;
-Pacientes pós AVC (acidente vascular cerebral);
-Idosos em geral;
-Pacientes cuja patologia ou condições físicas os impeçam de deslocar-se até o atendimento clínico especializado;
-Pacientes clinicamente estáveis que não mais necessitam dos serviços oferecidos pelos hospitais e que necessitem dar continuidade ao tratamento fonoaudiológico.

O trabalho realizado pelo fonoaudiólogo:

Atendimento as disfagias em geral: mecânicas (decorrentes de alterações orgânicas no trato digestivo) e neurogênicas (decorrentes de alterações neurológicas);
Estimulação do sistema sensório-motor-oral: hiper ou hipotonia de órgãos fonoarticulatórios, paralisia facial, alteração de funções estomatognáticas (respiração oral, deglutição atípica, mastigação ineficiente);
Avaliação e Terapia de linguagem: terapia para afasias, atraso e/ou alterações de linguagem;
Avaliação e Terapia voz: disfonias orgânicas, organo-funcionais e funcionais; Avaliação e Terapia articulação: disartrias, distúrbios articulatórios; Acompanhamento de alterações da audição e processo de adaptação de Próteses auditivas.

Etapas do processo terapêutico:

  • Após conhecimento da patologia através do histórico e documentação de exames, é realizada uma anamnese (uma entrevista minunciosa com o membro da família que responde pelo paciente)

  • Avaliação do paciente;

  • Elaboração do Plano terapêutico

  • Estabelecimento de um contrato de prestação de serviço que inclui preço, horários de atendimento, e previsão de alta;
Devem ser estabelecidos de uma, duas ou até três sessões de terapia por  semana, de acordo com a patologia, com duração de 1 (uma) hora cada.

Vera Arruda
Fonoaudióloga Clinica
Telefones: 21 32758670
21 91853745
Email: vmga2001@hotmail.com
Atendimento somente no Rio de Janeiro

domingo, 2 de janeiro de 2011

Lições do filme "Incontrolável" sobre carreira

O filme "Incontrolável", com Denzel Washington, Chris Pine e Rosario Dawson está em cartaz, em pré-estréia, em vários cinemas pelo Brasil.
Vi o filme ontem e gostei bastante. O filme prende muito pela ação. Mas há um detalhe bem interessante sobre o filme: Ele também nos mostra coisas interessantes para pensar sobre nossa vida profissional. Sobre como guiamos nossa carreira. Que tipo de maquinista você é para esse imenso trem que é sua carreira?

1) Leve a sério seu trabalho, qualquer que seja ele: Todo trabalho é importante e deixar de fazer o que é necessário por preguiça não é o caminho. Se é sua função, faça. Se vai além da sua função mas não há outra pessoa para fazer e você é capaz, faça também. Uma empresa é composta de pessoas e cada função tem sua importância no processo. Uma pequena falha sua, por qualquer motivo, pode botar um trabalho inteiro a perder.

2) Valorize quem leva o trabalho a sério: Num país como o Brasil, especialmente, é muito importante valorizar quem faz sua parte com responsabilidade para que tudo na empresa funcione bem. Quem tem o hábito de procrastinar ou jogar seu trabalho para outros fazerem deve perceber que essas posturas não são toleráveis. Estimular ou ignorar pessoas que agem de forma irresponsável desestimula quem trabalha de forma séria e responsável.

3) Para liderar uma equipe você tem de conhecer bem o trabalho, saber como fazer: Não basta teoria, tem de saber como fazer de fato. Até para conseguir delegar o serviço da faxineira que faz a limpeza de seu apartamento você tem de saber o que espera dela e como o serviço deve ser feito. Deve ter "botado a mão na massa" pra saber como fazer e como não fazer, para ter capacidade de orientá-la. O mesmo vale para tudo. No filme, um exemplo claro disso é o personagem Oscar Galvin.

4)  Um aviso prévio não é nada: Se vc trabalha sério, tem de fazê-lo até o fim, até o último dia de seu trabalho naquela empresa e também em todos os dias de seu trabalho em qualquer empresa que trabalhar. Se está cumprindo aviso, dedique-se intensamente ao seu trabalho como se fosse o primeiro dia naquela empresa.

5) Deixe os problemas pessoais em casa: Uma pequena desatenção e pode não fazer direito o que deveria, por desprender-se dos detalhes. Um exemplo claro no filme é quando o maquinista engata mais vagões do que deveria ao trem, por estar preocupado com um problema familiar.

6) Humildade é essencial: No filme um dos maquinistas age com arrogância, como se apenas base teórica e QI (Quem Indica) fosse suficiente para saber o que fazer. No decorrer da história viu que ainda tinha muito a aprender com os veteranos.

7) Saia da zona de conforto: Se você não exercita a mente, só repete mecanicamente o trabalho, você não cresce. Permita-se pensar, questionar, buscar novas alternativas para resolver problemas.

Sua carreira é como um trem. E você é o maquinista. Os caminhos que ele percorrerá dependem de você e de suas decisões. Para ser realmente bom no que faz é necessário conhecer seu trabalho a fundo e buscar aprender ainda mais.
Na vida, tudo é causa e efeito. Sua carreira também. Ainda que hoje pareça estar tudo bem enquanto você opta pelos caminhos mais fáceis, pelos atalhos da vida, chega um momento em que não funciona mais assim. E se este momento chegar e você for uma pessoa de 40, 50 anos, terá destruído uma vida inteira por ter-se desviado dos problemas, evitado enfrentá-los e amadurecer através desse exercício.

Pense no seu futuro profissional. Ainda há tempo para mudar os rumos do seu futuro. Agora, com um novo ano iniciando, é um ótimo momento para refletir sobre isso.



Vanessa Versiani
Consultora de Imagem Visagista e Palestrante